sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Azenha

As pás do moinho movidas pela água,
O ranger infinito anunciando
O passar do tempo que nunca passa.
Passam as águas?
As pás do moinho rangem sem parar.

O trigo que vem da terra,
A farinha que vem da azenha,
O moleiro a triturar,
O passado que nunca passa.

Uma mulher que foi embora,
Um filho que se perdeu,
Um moleiro solitário
Com farinha entre os dedos,
As pás do moinho rangem sem parar.



por Eduardo Trindade

Um comentário:

Aline V. disse...

O apelo à imagem do moinho é fabulosa.
Gostei muito do poema!
( que novidade, hohoho )