segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Arena

Toureamos em noite escura,
ensandecidos,
amálgama de carne, pele, suor,
pulso. Toureador
na areia, nuvens do deserto.
O sangue que jorra
é meu, é teu,
quente e doce,
amargo como nunca,
álacre nunca mais.

O sangue que jorra só pode ser de ambos,
amálgama,
nenhum de nós é uma ilha,
mas a areia que nos cobre
(a noite não protege),
lances de capa e espada...
Por que a lâmina,
já não bastam tuas unhas?

Tingida de sangue a areia,
ondas de vida,
de escuro fluido vital
(a noite não distingue, meu, teu?),
ondas e mariscos
entre os dedos dos pés
dilacerados por noites em claro
toureando em vão.
Por que lâminas,
por que lanças,
lanças-te às ondas
e me lanço à espuma
rítmica, insistente, infinita.
Abandonada a capa
(nunca protegeu),
abandono-me a tourear
tua alma de sangue
(perdida?),
minha alma,
jogo de espelhos.



Prezados leitores:

Este blogue foi selecionado como finalista do concurso TopBlog na categoria Cultura! Confesso que fiquei surpreso, não esperava tanto. Agradeço a todo mundo que passou por aqui e dedicou um minuto a votar. Bem... Agora começa tudo de novo: vamos para o segundo turno (bem propício este discurso, não?), preciso novamente do voto de todos vocês, inclusive de quem já participou. Então, que tal, vamos lá? Clicando no selo ao lado, é rápido e fácil!


Eduardo Trindade

6 comentários:

ítalo puccini disse...

muito bons teus versos. construísse uma imagem excelente. parabéns!

grande abraço!

Ariane Rodrigues disse...

Oi Edu, te respondi lá no blog!

Gostei muito do contraste das cores, imagens e sentidos neste teu poema. Acho que tem andado mais intenso ultimamente. Quem ganha com isso somos nós. Bjos.

Aмbзr Ѽ disse...

achei essa analogia algo rico, raro, sim, forte e cruel, mas belo acima de tudo,

Paula Nadler disse...

Excelente o seu blog. Beijo!

disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
disse...

votado com mérito.