sexta-feira, 2 de outubro de 2009

De passagem

Tanta gente
nestas composições de metrô,
nestas rodoviárias do interior,
nestes aeroportos de conexão,
tanta gente, meu Deus,
que eu nunca voltarei a ver.

Um senhor de terno preocupado com a hora,
uma mulher de circo gritando com o filho,
um velhinho mirrado com medo de viajar,
uma moça aérea que lê um livro de poesia...

Tanta gente, meu Deus!
Se eu pudesse saber
o que pensava a moça de poesia...
O que terá achado do livro,
o que terá achado de mim?
Mas nossos olhares se cruzaram
e desconversaram
para nunca mais.

versos e fotografia por Eduardo Trindade

8 comentários:

Rouxinol disse...

"O metrô sempre tão cheio de poesia concreta..."

Natureza Poética disse...

Muito bacana seu poema, Eduardo!

Quando observamos mais detalhadamente é mesmo possivel, ver os versos que andam por ai.

Belíssimo olhar poético! :) Um abraço.

Raquel disse...

esses lugares(metrô,rodoviaria,aeroporto) são os melhores lugares pra se observar pessoas,quando tenho chance adoro ir a lugares onde posso observar e imaginar a vida das outras pessoas.

Paula disse...

Um abraço!

Noslen ed azuos disse...

...o barulho do cotidiano explode em solidão...grande percepção Eduardo,

abraços
ns

Dani Santos disse...

Tuas palavras me fizeram lembrar da música da Maria Rita, Encontros e Despedidas... tantas voltas no mundo... tanta vida, encontros e desencontros... e como dizia Vinícius, "A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida"

Abraços.

Juliana Almirante disse...

é fato. muito bem observado pela sua sensibilidade...
= )


beijo, moço

Ana. disse...

Olá querido poeta!
adorei a poesia!
me divirto e penso tanto quando estou diante de cenas como estas...é incrível!
quero pedir-lhe desculpas pelas demoras....a carta está pronta,falta-me tempo para ir ao correio...minha vida deu uma volta de 360º,lá carta eu te conto o motivo,rsrs.
mas não pense que me esqueci de ti!!
em breve,se tudo der certo eu te envio..
abraços poeta!