No alto do muro
procurando
sementes,
insetos,
pequenos galhos,
sabe-se lá o que mais.
Vai de um lado a outro
por toda a extensão do muro.
O muro se faz passarela,
passarela se faz caminho.
O sabiá caminha
– percorre
seu pequeno mundo.
O sabiá,
ocupado que está,
não tem tempo de reparar
cá embaixo:
dos dois lados do muro,
dois vizinhos discutem
uma questão de fronteiras.
por Eduardo Trindade
7 comentários:
E ele, nem lá nem cá, e em ambos os lugares ao mesmo tempo. =)
Quem voa não tem mesmo tempo de reparar discussões.
Beijo.
Magna
Quem voa não tem mesmo tempo de reparar discussões.[2]
Muito bom. Parabéns! xD
sempre as fronteiras..
bonito teu poema. bjão.
Um clássico, como parecia ser perdido.
Gosto dessa simplicidade.
quem disse que ruim ficar no muro??
humor leve e cotidiano... é reparar no orvalho de cada pétala de flores miúdas.
inspirador, deveras...
Blog Suicide Virgin
Ah, as palavras tão suaves e intensas. Como canções de pássaros.
Abraços...
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