Chico Buarque
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É a noite do dia 31 de dezembro. As ondas do mar estouram na praia. Promessas de Ano Novo ondulam, crescem, estouram nas bocas todas. Garrafas de espumantes, genéricos ou não, estouram nas mãos ansiosas. Pétalas escorrem dos braços para Iemanjá.
Pipocam boas intenções e promessas de tudo mudar. Desejos de paz a novos conhecidos e velhos desconhecidos.
Vem e passa a contagem regressiva. Os fogos de artifício estouram, preenchem o ar. E abraços preenchem os espaços. As garrafas se derramam todas, agora, ao mesmo tempo. Mas o que sobra das bolhas de espuma quando estouram?
No dia seguinte, quem ainda se lembra dos abraços dados e desejados?
Ao menos o mar, o doce e indócil mar, tem ondas e espumas que seguem estourando amanhã, e depois, e além...
Dá-me, moça de espuma, um beijo doce e indócil a cada suspiro do mar... Em cada ano que ainda vai chegar.
Texto e fotografia por Eduardo Trindade
6 comentários:
Gosto muito.
Das palavras que descrevem teus sentimentos.
Bons votos pra ti.
De ano novo, todo os dias.
Lindas palavras... esperanças boas pra ti e um ano novo cheio de tantas coisas boas...
abraços
Ah... que lindo.. até estou vendo a cena...
Feliz Ano Novo!!!
Amei o texto...Beijos
Né, mesmo?!
*piscando pra você*
Só o mar a salvar, sim.
Bonitas palavras, Eduardo.
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