Poderia ter imaginado mil histórias. Quais mãos colheram aquela rosa, com delicadeza ou com displicência. Se a rosa trocara de mãos, e quantas vezes, vendida, comprada, transportada, exposta juntamente com outras iguais a ela. Todas diferentes. Com que zelo fora finalmente escolhida por mãos trêmulas. Se fora oferecida como uma lembrança gentil. Quem a recebera. Mãe, filha, irmã, namorada. Pai, filho, irmão, namorado. Talvez tenha estado num vaso colorido. Ou não saído nunca daquela praça. Pode ter inspirado um poema. Ou lembranças. Pode alguém ter aspirado o seu perfume. Quem sabe a pintaram em um quadro. Alguém sorriu ao recebê-la. E agradeceu por ela com um beijo. Talvez tenha sido mais de um beijo. Mais que um beijo. E se houve uma discussão, e no calor da briga a rosa ficou esquecida. Para nunca mais. Mil histórias.
Mas não deu atenção à rosa, que permaneceu esquecida, e seguiu seu caminho, feito de mil outras histórias que nunca chegaram a se cruzar.
imagem e palavras por Eduardo Trindade
6 comentários:
Nossa que legal, fizestes com que eu passe pelas rosas e preste mais atenção nelas!
valeu.
Adoro Rosas..=]
Caminhos e destinos cruzados...
Não nos esqueçamos das rosas, e das histórias, mil histórias...
lindo texto, como sempre.
Obrigada pela visita, adorei. Eu tbm gosto dessa artista, ela tem um site oficial onde encontrará muita coisa...
Divirta-se, e tenha um lindo e doce final de semana. bjs
Olá, Eduardo! Obrigada pela visita ao meu blog. Fiquei feliz em retribuir e achar uma pérola, como é seu blog. E quer dizer que tens um livro publicado! Que legal! Preciso conhecer, o nome muito me intrigou.
Sobre o pequeno conto... Possível imaginar tantas coisas e, ao mesmo tempo (e por isso mesmo), nada. Acho que muitas rosas deixamos passar...
Abraço.
retribuindo o comentário em meu blog... em primeiro lugar, muito grata pelo elogio, e a "posteriori", nossa qnata delicadeza e quanto romantismo em uma rosa. adorei o modo com que você trabalhou o que poderia ter sido.
simplesmente encantador.
... as indagações... os sonhos... as perguntas que nunca serão... que serão silencio ou canto...
o lhar teu sobre as coisas que já... olhos que vêem mais do que as coisas parecem ser...
Abraços meus pra ti.
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