terça-feira, 16 de novembro de 2010

Da Origem das Espécies

Aviões a jato,
teleconferências,
Internet
(MSN, twitter, facebook e afins),
o universo
numa casca de noz,
três dimensões,
quatro dimensões,
realidade virtual...

Sim, está fundada uma nova espécie:
exultemos,
vivemos a era
do Homo virtualis.

Explosão demográfica,
ruas e calçadas
tão cheias de gente,
do novo Homo virtualis.

E as pessoas se esbarrando
presas no trânsito,
presas da rotina
(faminto tigre dente-de-sabre pós-moderno),
as pessoas batalhando
pela conexão nossa banda-larga de cada dia
e pelos domingos na praia
(congestionada de guarda-sóis),
essas pessoas
(orgulhoso Homo virtualis pós-moderno)
já não conhecem o que seja
humano de verdade.

Texto: Eduardo Trindade
Fotografia: Charles Chaplin em
Tempos Modernos

5 comentários:

ítalo puccini disse...

e há quem conheça?
e há uma definição para humanos de verdade?

quem sabe essa pessoas - que somos nós - estejamos desenvolvendo um novo humano de verdade (se é que é possível a verdade aqui).

gostei muito, cara.
propõe discussões das mais!

grande abraço.

Aмbзr Ѽ disse...

poemas sobre o cotidiano me encantam. a maneira que vc tece nossa 'prisão' nessa realidade (realidade?) deixa o poema muito questionador.

http://terza-rima.blogspot.com/

nydia bonetti disse...

admirável mundo novo - resta saber o que virá depois disso tudo. depois do pós-moderno, talvez a involução. talvez... abraço!

Danny Baioco disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dani Santos disse...

hipermodernidade, neo-contemporâneos, vida líquida? o que somos nós?

só sei que seguimos, em nossa ânsia de, contudo, navegar.

Abraços pra ti, Eduardo, e todo carinho, sempre.