Em memória de R.S.B.
Teu sangue não lavou a alma de ninguém.
Em vão buscaste uma morte heroica,
não estavas num filme nem numa batalha.
Voaste sem asas, sem sonho, sem nada.
Voando não deixarias pegadas,
mas o rubro de teus sentimentos a escoar
lentamente para os olhos de tua mãe.
Olhos, nunca imaginaríamos, olhos
fadados a colher tuas pegadas brutas
e a banhar docemente, desesperadamente
teu corpo jacente, ferido, maltratado,
enfim imóvel, enfim inerte, enfim liberto
num banho mais de lágrimas que de sangue.
Deixaste mais que sangue, deixaste a vida
a escoar nas lágrimas sem fim de tua mãe.
por Eduardo Trindade,
num dia em que a nota triste se faz necessária
6 comentários:
Há dias assim, tristes, em que a vida prega partidas.
Ainda assim, com as tuas palavras, libertas angústias ao vento e talvez a alma fique mais leve.
Bjs
eNTENDO PERFEITAMENTE TUA TRISTEZA,POIS É A MESMA DE TODOS NÓS.aCALANTAR O CORAÇÃO DOS QUE FICARAM É UMA MISSÃO MUITO DIFÍCIL. QUE DEUS ILUMINE A TODOS.
kATIA
Eduardo,
sei que não estás no melhor dos estados de alma, mas decidi atribuir um selinho ao teu blog. Espreita no meu blog de leituras, mas se não te apetecer não respondas. Recebe-o apenas como um carinho.
Beijos
lindissimo poema. sempre vir aqui é sorver inspiração.
Blog Suicide Virgin
Uma forte emoção construída no ritmo. Muito bom!
E obrigado pelo comentário gentil para o meu soneto.
Forte abraço
... as palavras as vezes se mancham de sangue.
onde a asa se faz, quem sabe o grito? quem sabe o vôo rumo ao infinito. Voar é sempre essa possibilidade imensa.
Embora pra quem fique seja dor, por vezes o vôo e libertação.
Abraço forte forte pra ti, Eduardo, em meio ao silêncio que por hora cabe tão bem.
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