domingo, 19 de outubro de 2008

De pontes e de balsas


Punha-se a pensar durante horas,
indeciso.

Quem viajaria mais longe:

As balsas infatigáveis
que desciam o rio?

Ou as pedras imóveis
da ponte sobre o rio
que, nos pés de tantos andarilhos,
conheciam lugares nunca sonhados?

Nas viagens das balsas
o sonho das pedras...
E se o sonho das balsas
fosse descansar um dia?

Os dias passavam,
indo e vindo,
embalados pela velha inquietude humana.
fotografia e palavras por Eduardo Trindade

7 comentários:

Dani Santos disse...

Das pedras de sonhos imóveis, das balsas de homens tristes, sobem e descem rumores de que o coração não se aquieta e de que os sonhos nunca vão anoitecer...

Tuas palavras são cantos... que encantam os jardins inquietos.

Abraço

David Monsores disse...

As águas que correm as pedras trazem díluídas em si, os sonhos de vem de longe.

As balsas... as pedras...

Muito bacana isso!

abraço e parabéns pelo Blog!

Anônimo disse...

Báh amigo e eu que ainda não tinha vindo aqui... estou chocada comigo mesma... o blog todo é lindo, poético, encantado.... palavras mágicas, imagens delicadas... um conjunto fabuloso...
estrelinhas coloridas pra ti...

Unknown disse...

Se fecho meus olhos imagino-te declamando .. tens um jeito todo seu de escrever !

Saudade do meu amigo gaúcho^^

Mayara Lima disse...

Ou ainda seriam as águas, em seu eterno ciclo de evaporar, condensar precipitar, movendo seus tantos moinhos pelo caminho, lavando dos pés dos andarilhos as tantas estradas feitas de poeira, que poderia ter sido anteriormente pedra de rio?

Um saludo a sua fé e sua arte.

Juliana Almirante disse...

Lembrei-me do livro de Saramago, Jangada de Pedra.
=]

Ana Cecília disse...

Gostei muito do que por aqui vi.
Texto e fotos.
Parabéns!