terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Navegar é preciso

Estas conchas que parecem perdidas
na areia da praia
são garrafas com mensagens
não de antigos naufrágios
mas de paixões misteriosas.

Experimenta aproximá-las do ouvido.
Escuta?
As conchas que vão dar na praia
contêm o eco das sereias.

Dizem que é preciso
ser muito louco
ou muito corajoso
para atender seu chamado

e que cada concha tem um timbre único
à espera de seu navegador particular.

Ouves, pescador, este lânguido lamento
nas ondas do mar?
É uma sereia suspirando
com medo de ser esquecida.

Paciência, querida,
a maré está mudando,
estou enfunando as velas,
decorei o mapa das ondas
e embalado pelo teu canto
conto com o gosto molhado
de um beijo de espuma.

6 comentários:

ítalo puccini disse...

uma vez li um livro em que dois personagens se aproximam através de cartas encontradas em garrafas na beira da praia. imagem tradicional, clichê. mas bonito livro/história.

abraços.

Anônimo disse...

Poema de quem ouviu o lamento das sereias.

Muito bonito!

Beijo.

Laísa disse...

...avante !

Alice disse...

O esquecimento realmente me assusta. Não que eu seja sereia, hahaha.

Eduardo,

Achei esplêndido o seu texto "Ode a Saramago". Obrigada por deixar o link. E, olha, o conto da ilha desconhecida, é meu preferido de todos os tempos.

Um Beijo

Gaby Lirie disse...

Eduardo que bonito *.*

Os dízeres que falam do mar, sempre me trazem uma sensação da qual não sei colocar nome.

Grande Beijo.

Cecília Sousa disse...

Não ouvirei mais as conchas do mar como antes. Bela visão!