O rasgo pungente de um choro
desadormecido na hora errada.
Calma, mãezinha, já vai passar.
Chora, criança, que o sono já vem.
Tudo que chove agora é incerto, é frio e vento.
Tudo que tento não me satisfaz agora.
Sendo redondo o mundo, todos os caminhos
levam ao mesmo caminho.
Tudo que é inverno agora
é o mais interno de mim.
Que bem me faria agora a indiferença,
a suave limpidez da voz de uma criança
atravessando o primeiro movimento
de uma sonata ao luar.
por Eduardo Trindade
3 comentários:
seria tosco e genérico eu dizer que senti uma parte de mim lendo e assimilando o texto?
Paz.
"Tudo que é inverno agora
é o mais interno de mim."
lindo!
e adorei te ouvir! :)
bjuss
Outra vez deixaste um comentário num dos meus poemas recentes dizendo que adoras "esse tipo de texto"...
Minha vez: adoro esse tipo de texto.
Congratulações.
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