Enquanto esta chuva molhar as pedras da rua
ou este vento sacudir as bandeiras do varal
e varrer as folhas do nosso jacarandá
deixando sempre outras folhas de outras árvores,
enquanto o sol pintar de reflexos nosso dia
ou esta noite cobrir de saudade nossos olhos,
enquanto caminharem pacientemente as dunas da praia,
sutil ampulheta de vento e tempo e areia
a medir não sei o quê,
enquanto sentir um não-sei-o-quê
(e sei que vou senti-lo)
vou te dar todo o sentido
que não sei se é infinito
pois não sei medi-lo
mas que é o sentido
da pele eriçada, da respiração suspensa, do coração aos pulos.
Do abraço apertado e dos olhos fechados
enquanto a chuva, o vento, o tempo
passam lá fora.
Guia Puffin de Gastronomia 2024
Há 2 semanas
4 comentários:
é na parte de fora que o tempo passa, enquanto em nós brincamos de tempo parado, relógio sem horas, tempo infinito,mas não nos bastam as paredes de nossa casa, de nossa vida, pois lá fora o mundo se agita em doses de-quero-mais-do-tempo!
abs! gostei bastante do post, lembram dos meus dias de solidão onde quero esquecer tudo que esquecer tudo que o mundo pode me oferecer!ou mesmo quando estou acompanhado de alguém do mundo, e quero que o tempo se silencie lá fora, nos deixando em paz nas horas que não queremos fins!
que é o tempo, perto do sentimento?
enquanto lá fora a vida anda...eu fico aqui a desejar amores atemporais.
Gostei demais.
Estava agora no MSN falando com o Múcio do quanto tu és um querido. :))
E chegando aqui encontro esse delicioso escrito... Está na minha lista de favoritos!
"...enquanto caminharem pacientemente as dunas da praia, sutil ampulheta de vento..."
Lindo demais!
Adorei!
=*
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