sábado, 30 de julho de 2011

Enquanto lá fora

Enquanto esta chuva molhar as pedras da rua
ou este vento sacudir as bandeiras do varal
e varrer as folhas do nosso jacarandá
deixando sempre outras folhas de outras árvores,

enquanto o sol pintar de reflexos nosso dia
ou esta noite cobrir de saudade nossos olhos,

enquanto caminharem pacientemente as dunas da praia,
sutil ampulheta de vento e tempo e areia
a medir não sei o quê,

enquanto sentir um não-sei-o-quê
(e sei que vou senti-lo)

vou te dar todo o sentido

que não sei se é infinito
pois não sei medi-lo

mas que é o sentido

da pele eriçada, da respiração suspensa, do coração aos pulos.

Do abraço apertado e dos olhos fechados
enquanto a chuva, o vento, o tempo
passam lá fora.

4 comentários:

Francisco Casa Nova disse...

é na parte de fora que o tempo passa, enquanto em nós brincamos de tempo parado, relógio sem horas, tempo infinito,mas não nos bastam as paredes de nossa casa, de nossa vida, pois lá fora o mundo se agita em doses de-quero-mais-do-tempo!

abs! gostei bastante do post, lembram dos meus dias de solidão onde quero esquecer tudo que esquecer tudo que o mundo pode me oferecer!ou mesmo quando estou acompanhado de alguém do mundo, e quero que o tempo se silencie lá fora, nos deixando em paz nas horas que não queremos fins!

Ana. disse...

que é o tempo, perto do sentimento?

Raquel disse...

enquanto lá fora a vida anda...eu fico aqui a desejar amores atemporais.
Gostei demais.

Marina disse...

Estava agora no MSN falando com o Múcio do quanto tu és um querido. :))

E chegando aqui encontro esse delicioso escrito... Está na minha lista de favoritos!

"...enquanto caminharem pacientemente as dunas da praia, sutil ampulheta de vento..."

Lindo demais!

Adorei!

=*